Dia Mundial do Meio Ambiente 2016
Desde o seu início, em 1974, o Dia Mundial do Meio Ambiente (DMMA) desenvolveu-se e tornou-se uma plataforma para a sensibilização e tomada de ação relativamente a assuntos cada vez mais urgentes, desde a poluição marinha ao aquecimento global, passando pelo consumo sustentável e o crime contra a vida selvagem.
Desde o seu início, em 1974, o Dia Mundial do Meio Ambiente (DMMA) desenvolveu-se e tornou-se uma plataforma para a sensibilização e tomada de ação relativamente a assuntos cada vez mais urgentes, desde a poluição marinha ao aquecimento global, passando pelo consumo sustentável e o crime contra a vida selvagem. Milhões de pessoas em todo o mundo sentiram-se motivadas a agir pelo "dia das pessoas" e unem cada vez mais as suas atividades num movimento global, através do website em constante expansão do DMMA e das redes sociais. O anfitrião das celebrações do DMMA 2016 é Angola, um país que procura restaurar as suas manadas de elefantes, conservar a vida selvagem de África, rica em biodiversidade, e proteger o meio ambiente enquanto continua a reconstruir o país ao fim de mais de um quarto de século de guerra civil. O tema do DMMA de 2016 é a luta contra o tráfico ilegal da vida selvagem. "É com prazer que Angola recebe o Dia Mundial do Meio Ambiente, que se concentrará num assunto importante para nós", disse a Ministra do Ambiente angolana Maria de Fátima Jardim. "O tráfico ilegal de vida selvagem, especialmente o tráfico de marfim e de corno de rinoceronte, é um grande problema em todo o nosso continente. Ao recebermos este dia de celebração e de sensibilização pública, procuramos enviar a mensagem clara de que essas práticas serão em breve erradicadas." Angola tem grandes riquezas ambientais, como uma costa intocada e florestas e prados comparáveis aos que atraem muitos turistas para os seus vizinhos Namíbia e Zâmbia. A vida selvagem do país inclui leões, grandes primatas e a palanca-negra-gigante, uma espécie ameaçada que se encontra apenas em Angola e que foi considerada ameaçada pela União Internacional para a Conservação da Natureza. Espera-se que o Grande Censo de Elefantes revele os resultados do estudo de Angola nos próximos meses. As aves incluem o Papagaio-Cinzento africano, cujo declínio em todo o continente se atribui à caça ilegal para serem comercializados como animais de estimação. O governo lançou recentemente várias iniciativas para promover a conservação e para uma aplicação mais rígida da lei. Para demonstrar o seu empenho em pôr fim à caça ao elefante, no ano passado Angola apresentou um Plano de Ação Nacional de Marfim como parte da sua participação na CITES, a convenção internacional promovida pelo PNUMA, destinada a impedir que o comércio de animais e plantas selvagens ameace a sua sobrevivência. O plano inclui fortes penas para a caça e o tráfico de marfim, bem como policiamento mais forte, incluindo mais formação para os guardas da vida selvagem e o destacamento de uma unidade de combate ao crime contra a vida selvagem no aeroporto internacional na capital, Luanda. Em Março, os oficiais apresentaram um projeto que bania a venda de marfim, decisão que poria fim à venda livre de artefactos em marfim no movimentado mercado de Benfica, em Luanda. Angola também está a debater o estabelecimento de vastas áreas de conservação que atravessam as fronteiras, incluindo uma que abrangeria o delta de Okavango no Botsuana, rico em vida selvagem, e uma outra que incorporaria a Costa dos Esqueletos, na Namíbia. Angola está a abraçar este plano ambicioso - e o papel de destaque como anfitrião do DMMA - ao mesmo tempo que continua a sua reconstrução após uma longa e danosa guerra civil que só terminou em 2002. O país pode focar-se noutras nações africanas, especialmente destinos para safaris, e nas receitas crescentes que obtêm com o ecoturismo, para apreciar o valor de proteger o meio ambiente e as espécies icónicas da caça e tráfico ilegais. Com o crime organizado cada vez mais envolvido no comércio, os especialistas também avisam que o tráfico também representa o perigo de aumento da corrupção e da falta de segurança nos países de origem. Vejam a seguir uma sinopse anual dos acontecimentos mais relevantes desde a criação do DMMA: 1972> A Assembleia Geral das Nações Unidas designa o dia 5 de junho como o Dia Mundial do Meio Ambiente (DMMA), para assinalar o primeiro dia da Conferência de Estocolmo sobre o Meio Ambiente Humano. Outra resolução, adoptada pela Assembleia Geral no mesmo dia, conduz à criação do PNUMA. 1974> O DMMA é celebrado pela primeira vez com o slogan "Só Uma Terra". 1977> O PNUMA aproveita o dia para destacar a preocupação com a camada do ozono, estabelecendo uma tendência do DMMA para gerar apoio inicial vital para problemas ambientais críticos. São precisos mais dez anos para ser selado o importante Protocolo de Montreal sobre as Substâncias que Empobrecem a Camada de Ozono. 1979> O tema do DMMA "Apenas um Futuro para os Nossos Filhos" coincide com o Ano Internacional da Criança. Pela primeira vez, o DMA ecoa formalmente um ano internacional designado pelas Nações Unidas, padrão que se torna comum à medida que os problemas ambientais vão subindo no quadro de interesses globais. 1981> O DMMA atrai a atenção para a forma como os químicos tóxicos afectam as águas subterrâneas e as cadeias alimentares. No ano seguinte, o Concelho Governante do PNUMA adopta o Programa de Montvideo, estabelecendo prioridades para o desenvolvimento de leis globais que conduzem a importantes acordos internacionais que restringem ou eliminam uma variedade de químicos e poluentes perigosos. 1986> O tema do DMMA "Uma Árvore para a Paz" coincide com o Ano Internacional da Paz. De modo a reflectir o perfil crescente do DMMA, líderes políticos e religiosos, incluindo o Presidente francês François Mitterand, o primeiro-ministro indiano Rajiv Gandhi e Yoweri Museveni do Uganda participam numa "Cerimónia Global" plantando uma árvore e reafirmando as ligações entre o conflito e a destruição ambiental. 1987> O PNUMA assinala o Dia Mundial do Meio Ambiente na sua sede em Nairóbi, no Quénia, apresentando o primeiros dos seus prémios Global 500 a promotores do meio ambiente que incluíram Wangari Maathai. Os prestigiados prémios tornam-se uma parte fixa das celebrações do DMMA até 2003. 1988> As celebrações principais do DMMA começam a rodar pelo mundo, começando em Banguecoque, na Tailândia. O tema "Quando as Pessoas Põem o Meio Ambiente em Primeiro Lugar, o Desenvolvimento Dura" surge um ano depois de o Relatório Brundtland expor o seu plano influente para a sustentabilidade. 1989> Um ano depois do Painel Intergovernamental sobre a Mudança Climática, as celebrações do DMMA, recebidas por Bruxelas, na Bélgica, ecoam a preocupação crescente com o aquecimento global. O tema é revisitado mais do que qualquer outro nos DMA subsequentes. 1992> O DMMA é celebrado no Rio de Janeiro, no Brasil, durante a Conferência das Nações Unidas sobre o Ambiente e o Desenvolvimento, mais conhecida como a Cimeira da Terra. As nações negoceiam importantes tratados sobre a mudança climática, a desertificação e a biodiversidade, e estabelecem um percurso para o desenvolvimento sustentável contemporâneo. 1993> A China recebe as celebrações do DMMA em Pequim, sensibilizando o povo da nação mais populosa do mundo para o ambiente com o tema "Pobreza e o Meio Ambiente - Quebrar o Ciclo Vicioso". O evento regressa à China em 2002, recebido pela cidade de Shenzen. 1995> A África do Sul recebe as celebrações do DMA um ano depois de Nelson Mandela se tornar presidente. Mandela participa nas celebrações formais, atraindo grandemente a atenção internacional para os temas ambientais. Um ano antes, o líder anti-apartheid usou o DMMA para declarar a Table Mountain da África do Sul como "uma dádiva para a Terra" e para demonstrar o compromisso do seu país para com a Convenção sobre a Diversidade Biológica. 1996> O activista nigeriano Ken Saro-Wiwa recebe um prémio Global 500 póstumo durante as celebrações do DMMA em Ancara, na Turquia. Com o prémio, o DMMA destaca a ligação entre os direitos humanos e o meio ambiente. 1998> O DMMA chama a atenção para o ambiente marinho pela primeira vez, usando o tema "Pela Vida na Terra – Salvar os Nossos Mares", de modo a apoiar o Ano Internacional do Oceano. Moscovo, na Rússia, recebeu as celebrações. 2000> O PNUMA lança o primeiro website do DMMA completamente desenvolvido, tornando mais fácil para as pessoas em todo o mundo registar as suas actividades e construir um sentimento de comunidade global. Os principais eventos do DMMA têm lugar em Adelaide, na Austrália, sob o tema "O Milénio do Ambiente – Hora de Agir", em preparação para a cimeira internacional que estabeleceu as Metas de Desenvolvimento do Milénio. 2001> O Secretário-Geral Kofi Annan escolhe o DMMA para lançar formalmente a Avaliação do Milênio de Ecossistemas, um esforço internacional para construir um mapa da saúde do planeta. Reflectindo o tema "Ligar-se à World Wide Web da Vida", as festividades internacionais do DMA tiveram lugar em várias cidades: Turim, em Itália, e Havana, em Cuba, bem como Hue, no Vietname, e Nairóbi, no Quénia. 2003> As principais celebrações do DMMA têm lugar em Beirute, no Líbano, a primeira vez que têm lugar no mundo árabe. O tema "Água – Dois Biliões de Pessoas Estão a Morrer por Ela!" é escolhido para apoiar o Ano Internacional da Água Doce. 2005> O DMMA tem lugar na América do Norte pela primeira vez, com São Francisco a receber centenas de eventos em torno do tema "Cidades Verdes: Planear para o Planeta". O perfil do DMMA no ano do Protocolo de Kyoto e o lançamento Avaliação do Milénio dos Ecossistemas são elevados pela participação do anterior Vice-Presidente dos EUA., Al Gore, e do anterior Mayor de São Francisco, Gavin Newsom. 2006> Uma década depois a entrada em vigor da Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação, o DMMA lembra-nos das pressões que sofrem as terras secas quando Argel, na Argélia, recebe as celebrações com o slogan "Desertos e Desertificação – Não Desertem as Terras Secas!" 2007> O tema “Gelo Derretido? – Um Assunto Quente”, recebido por Tromsø, na Noruega, assinala o primeiro de três anos consecutivos em que o DMMA chama a atenção para a mudança climática, no mesmo ano em que o Quarto Relatório de Avaliação do IPCC declarou que o aquecimento do clima é um facto inequívoco. 2010> A Iniciativa Legado do DMMA angaria mais de 85 000 dólares para a conservação dos gorilas e para a iluminação solar em aldeias por todo o país anfitrião, o Ruanda. O DMA usa uma competição global online para dar nome a vários gorilas bebés, atraindo a atenção para o seu estatuto ameaçado durante o Ano Internacional da Biodiversidade. 2011> O primeiro Desafio do DMMA vê o actor Don Cheadle atrair mais seguidores online do que a top model Gisele Bündchen, que é obrigada pela perda a criar uma floresta. No ano seguinte, Gisele planta as primeiras 50 000 árvores no Parque Municipal de Grumari no Rio de Janeiro. 2012> Vinte anos depois da Cimeira da Terra, o Rio de Janeiro, no Brasil, torna-se a primeira cidade a receber o DMMA pela segunda vez. O tema do DMMA "Economia Verde: Ela Inclui-te?" amplifica a Iniciativa Economia Verde liderada pelo PNUMA. O website do DMMA regista mais de 4,25 milhões de visitas, um novo recorde. 2014> O tema do DMMA "Eleve a Sua Voz, Não o Nível do Mar!" sensibiliza as pessoas para os perigos enfrentados pelos países insulares graças à mudança climática. No ano seguinte, os pequenos estados insulares chegam a um acordo nas palestras sobre o clima em Paris, para procurarem atingir o ambicioso objectivo de limitar o aumento da temperatura média global a 1,5 C. 2015> O DMMA torna-se viral: recebido por Milão, em Itália, com o tema "Sete Biliões de Pessoas. Um Planeta. Consuma com Cuidado", o DMMA é o assunto mais popular no Twitter em mais de 20 países; mais de 500 vídeos sobre o DMMA são publicados no YouTube, incluindo excertos de notícias, documentários televisivos, imagens de eventos, vídeos musicais e animações.