Emissões de CO2 por desmatamento são menores que previsto, diz estudo

Emissões de CO2 por desmatamento são menores que previsto, diz estudo

As emissões de dióxido de carbono (CO2) provenientes do desmatamento nas regiões tropicais são bem menores do que o estimado até agora,

As emissões de dióxido de carbono (CO2) provenientes do desmatamento nas regiões tropicais são bem menores do que o estimado até agora, revela nesta quinta-feira (21) um estudo americano feito com base em dados de satélites, que apontaram o Brasil como um dos maiores poluidores. Os resultados foram divulgados na revista “Science”.

De 2000 a 2005, as emissões foram de 810 milhões de toneladas por ano, ou seja, um terço do volume estimado recentemente. Isso representa apenas 10% do CO2 total de origem humana jogado na atmosfera, de acordo com os pesquisadores.

Os cientistas do instituto americano de pesquisa sobre meio ambiente Winrock International se concentraram nas perdas de CO2 pelas árvores das florestas tropicais, sem levar em conta o reflorestamento que permite captar dióxido de carbono.

De 2000 a 2005, o Brasil e a Indonésia foram os dois países que mais produziram CO2 em decorrência do desmatamento, com 55% do total das emissões, indica o novo estudo, composto também por cientistas da empresa Applied GeoSolutions, de um laboratório da agência espacial americana (Nasa) e da Universidade de Maryland.

Segundo essas análises, cerca de 40% das perdas de cobertura florestal estão concentradas nas zonas secas dos trópicos, mas elas contribuíram apenas com 17% das emissões de CO2 resultantes do desmatamento, em decorrência de seus pequenos estoques de dióxido de carbono em comparação com as florestas tropicais úmidas.

Em 2007, a melhor estimativa das emissões de CO2 causadas pelo desmatamento, estabelecida pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas da ONU (IPCC) e baseada no uso das terras, avaliou a quantidade total em cerca de 1,9 trilhão de toneladas por ano.

“O modelo contábil para calcular as emissões de CO2, com base nas mudanças na utilização das terras, era até então o melhor método”, afirma Nancy Harris, do Instituto Winrock e principal autor do estudo.

“Mas o surgimento de satélites de observação da Terra combinado com uma política internacional que busca reduzir as emissões de CO2 resultantes do desmatamento nos países em desenvolvimento levou a comunidade científica a adotar métodos de estimativa mais transparentes e cada vez mais dependentes dos dados de satélite”, explica.

Os pesquisadores esperam também que o mecanismo da ONU que propõe compensar países em desenvolvimento pela redução das emissões de CO2 provocadas pelo desmatamento e pela degradação das florestas seja beneficiado de uma estimativa mais exata do dióxido de carbono jogado na atmosfera. (Fonte: G1)