Governo reforça apoio ao uso do carvão vegetal na siderurgia
Participação do produto na indústria siderúrgica é vista como alternativa para a redução de emissões do setor
Representantes dos governos federal e de Minas Gerais e do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) debateram, nessa quinta-feira (23), em Belo Horizonte, o uso do carvão vegetal na indústria siderúrgica. Durante o primeiro Seminário de ações do Projeto Siderurgia Sustentável, foram apresentadas iniciativas para o setor no Estado de Minas Gerais, onde o projeto deverá atuar como piloto até 2019. A intenção é proporcionar um modelo de carvão vegetal sustentável para replicação em outros estados do Brasil e em outros países. O País é conhecido como o único do mundo a produzir carvão vegetal para o setor. O projeto atuará, primeiramente, no setor de ferro-gusa, aço e ferro-ligas do Estado para fazer um levantamento das tecnologias verdes de produção do carvão vegetal no Brasil. “Queremos englobar também as pequenas e médias siderurgias, para que todos estejam alinhados com um modelo sustentável”, explicou a oficial de programa da unidade de desenvolvimento sustentável do Pnud, Marina Ribeiro. "O tema é de uma transcendência que não se restringe ao setor de siderurgia, mas que poderá nos trazer lições de boas práticas para ampliarmos essa discussão a diversos outros setores”, ressaltou Everton Lucero, indicado para o posto de secretário de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental do Ministério do Meio Ambiente. O diretor de Mudanças Climáticas do MMA, Adriano Santhiago, afirmou que o projeto deve ser um incentivo para o segmento, não uma barreira. “Por isso, o setor privado é fundamental”, analisou. “Precisamos do financiamento para que o projeto ganhe escala e possamos fazer uma real transformação no setor.” Além das siderúrgicas, o projeto busca parcerias com o setor acadêmico para realizar pesquisas de aperfeiçoamento tecnológico e para desenvolver uma plataforma digital para medir e relatar as emissões de carbono do setor no Brasil. O material produzido pelas siderurgias deverá ser proveniente de eucalipto de reflorestamento. “O projeto também é importante para o combate ao desmatamento da vegetação nativa, especialmente a mata atlântica”, justificou o secretário-adjunto de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Minas Gerais, Germano Vieira. Qualidade de vida Durante o debate, também foi discutida a necessidade de considerar fatores como a qualidade de vida e de trabalho dos carvoeiros e questões sociais e de gênero. Assim, o projeto atuará na capacitação dos profissionais de siderurgia e dos carvoeiros, com foco no trabalho digno para todos. Fonte: Portal Brasil, com informações do Ministério do Meio Ambiente