Ministro do Meio Ambiente inspeciona região atingida por rompimento de barragem

Ministro do Meio Ambiente inspeciona região atingida por rompimento de barragem

Sarney Filho afirma que trabalhará para que tragédia como a da barragem do Fundão, em Mariana (MG), jamais ocorra novamente

O ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho, percorreu, nesta segunda-feira (16), a região atingida pela tragédia do rompimento da barragem de Mariana (MG). Essa foi a primeira medida tomada após ele assumir o comando da pasta. "Fiquei estarrecido com a situação que vi, 120 quilômetros de lama ainda cobrem a paisagem, seis meses depois do desastre. É uma tragédia continuada", afirmou o ministro. Sarney Filho foi recebido pelo prefeito de Mariana, Duarte Júnior, representantes dos moradores atingidos pelo desastre e por dirigentes da Samarco. Na ocasião, foi solicitado o apoio do ministro à retomada das atividades da empresa, da qual o município depende economicamente. "Em minha opinião, a Samarco só pode retomar suas atividades quando o episódio do desastre estiver encerrado", destacou o ministro. Segundo ele, a solução dos problemas passa pelo fim de qualquer vazamento e a segurança de que as estruturas de contenção são eficazes. Além disso, a Samarco teria de apresentar uma nova proposta que atendesse a todas as exigências de segurança socioambiental. Quando isso for realidade, o Ministério do Meio Ambiente (MMA) vai dar prosseguimento, por meio do Ibama, à avaliação das condições para a retomada das atividades. Termo de Conformidade Em relação ao Termo de Conformidade, homologado na última quinta-feira (12), entre a União, os Estados de Minas Gerais e Espírito Santo e as empresas Samarco, BHP Billiton e Vale, o ministro do Meio Ambiente afirmou que não irá questioná-lo, para não criar insegurança jurídica, mas o ministério acompanhará para que as medidas sejam cumpridas com justiça e transparência. Sarney Filho vai participar pessoalmente de reunião interfederativa para tratar do assunto, no dia 31 de maio, em Brasília. Para a ocasião, convidará os ministérios públicos dos dois Estados envolvidos, além de representantes das vítimas e da sociedade civil. Comissão da Câmara Um dos objetivos da viagem foi levar aos governadores de Minas Gerais e do Espírito Santo o relatório final da Comissão Externa da Câmara dos Deputados destinado a acompanhar os desdobramentos da tragédia. "Fiz questão de ir a Mariana para marcar o início de minha gestão como ministro do Meio Ambiente, mostrando que trabalharei para que tragédias como esta não possam jamais ocorrer novamente", disse Sarney Filho. O novo ministro foi coordenador da Comissão na Câmara que apresentou seu relatório final na quinta-feira passada (12). Embora não tenha sido votado devido à conjuntura política, o documento traz propostas concretas, como o projeto para um novo Código de Mineração, com viés predominantemente socioambiental, diferente dos anteriores, voltados apenas à produção mineral. O relatório traz também uma proposta de Lei de Barragens e alterações na Lei de Crimes Ambientais, ampliando inclusive o valor das multas. O desastre O desastre ambiental ocorreu no dia 5 de novembro de 2015, quando a barragem de rejeitos de Fundão, situada no Município de Mariana e de propriedade da Samarco Mineração, controlada pela Vale e pela BHP Billiton, rompeu-se e derramou 34 milhões de m³ de lama sobre o vale de um subafluente do Rio Gualaxo do Norte, afluente do Rio do Carmo, que deságua no rio Doce. Em cerca de 40 minutos, esse fluxo de lama atingiu a barragem de Santarém, situada 3 km abaixo, derramando mais 1,5 milhão m³ de lama no vale, até chegar à comunidade de Bento Rodrigues, 3 km adiante, que foi totalmente destruída. Nos 16 dias seguintes, a lama percorreu mais de 600 km e chegou à foz do rio Doce, no Oceano Atlântico, matando a fauna e a flora da região e comprometendo o abastecimento de água de várias cidades do Espírito Santo e Minas Gerais. No total, a lama matou 19 pessoas e desalojou ou desabrigou outras 1.640. Fonte: Portal Brasil, com informações do MMA